domingo, 22 de agosto de 2010

Sophia de Mello Breyner Andresen

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.


P.S. Eu sei que esta não é a função deste blogue, mas às vezes quando não se tem nada para dizer, porque não "postar" algo que muito nos diz ?! Então leiam este maravilhoso poema de uma das minhas poetas preferidas!

Boa leitura!
Maria Lua

2 comentários:

  1. ela batuca com flores e conchas... notável, cara maria lua

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  2. Sol,

    ... ela batuca com tudo ... é uma poeta/poetisa maravilhosa!
    Obrigada.
    Bjs.
    Maria Lua

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