segunda-feira, 6 de setembro de 2010

DO VAZIO AO SILÊNCIO

Dedicado a Mim ...

Era o tempo das noites serenas e solitárias,
Do Vazio.
Era tempo sem tempo.
Há em todas as dobras do tempo
Que não vivo
Uma clepsidra lenta.
Grãos de areia derramados em tempos infinitos.
Tempos que não sinto,
Grãos flutuantes, sem peso.
Deslizam e arranham-me o peito.
Todas estas horas de espera,
Estes dias sem côr
Têm a tristeza das noites serenas e solitárias.
Há nesta solidão um vazio feito de abismos siderais
Mas também a resistência e a esperança
De virar as dobras do tempo para o sentir.
Abandonar a visão da clepsidra.
A esperança de voltar a perceber a côr dos dias,
Sem os contar um a um,
Sem que nenhum deles possa transformar-se na noite perdida no espaço
E me reduza ao silêncio.

Lx.01.09.10

2 comentários:

  1. É um poema que extravasa a "LUA" mas um pouco solitário. Os poetas são uns fingidores?

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  2. Caro anónimo,

    Um poema que extravasa a Lua é uma coisa quase infinita ... solitário ?! Talvez ... às vezes são precisos balanços ... tempos "desertos" para melhor nos apercebermos dos nossos sentires. Se os poetas são uns fingidores ? pelo que tenho "ouvido" ultimamente essa caraterística é mais dos "ficcionistas", na minha modesta opinião, acho que os poetas até pecam por vezes pelo "excesso" de verdade, e quando se escrevem poemas de "amor" definitivamente só podem ser autênticos, exagerados, mas nunca "mentirosos", "fingidos"!
    Obrigada.
    Maria Lua

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